Os resíduos industriais são aqueles gerados pelas atividades produtivas de diversos setores da economia, como metalurgia, química, petroquímica, alimentícia, têxtil, entre outros.
Esses resíduos podem ser sólidos, líquidos ou gasosos e apresentam diferentes graus de periculosidade, dependendo de suas características físicas, químicas e biológicas.
O tratamento adequado dos resíduos industriais é fundamental para evitar ou minimizar os impactos negativos que eles podem causar ao meio ambiente e à saúde humana, além de atender às exigências legais e às responsabilidades sociais e ambientais das empresas.
Neste artigo, vamos explicar o que são os resíduos industriais, quais são os seus impactos, como a legislação ambiental regula o seu manejo e quais são os principais cuidados que devem ser tomados no seu tratamento.
Também vamos apresentar algumas tecnologias e parcerias especializadas que podem auxiliar as empresas nesse processo.
Por fim, vamos destacar os benefícios que o tratamento adequado dos resíduos industriais pode trazer para as empresas e para a sociedade. Acompanhe!
Introdução aos Resíduos Industriais
Os resíduos industriais são gerados a partir das matérias-primas utilizadas nos processos produtivos das indústrias, bem como dos insumos, dos produtos intermediários e dos produtos finais.
Eles podem ser classificados em dois grandes grupos: os resíduos não perigosos e os resíduos perigosos.
Os resíduos não perigosos são aqueles que não apresentam riscos significativos ao meio ambiente ou à saúde pública, como papel, plástico, vidro, metal, madeira, entre outros.
Esses resíduos podem ser reciclados ou reaproveitados em outros processos produtivos ou destinados a aterros sanitários ou industriais.
Os resíduos perigosos são aqueles que possuem alguma das seguintes características: inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade ou patogenicidade.
Esses resíduos podem causar danos ao meio ambiente ou à saúde pública se não forem tratados adequadamente, como óleos lubrificantes usados, solventes orgânicos, tintas, baterias, pilhas, lâmpadas fluorescentes, medicamentos vencidos, entre outros.
Esses resíduos devem ser tratados por métodos específicos que garantam a sua inativação ou a sua transformação em substâncias menos nocivas. Além disso, eles devem ser armazenados e transportados com segurança e destinados a locais autorizados e licenciados pelos órgãos ambientais competentes.
Impactos dos Resíduos Industriais no Meio Ambiente e na Saúde
Os resíduos industriais podem causar diversos impactos negativos ao meio ambiente e à saúde humana se não forem tratados adequadamente. Alguns desses impactos são:
- Contaminação do solo: os resíduos industriais podem alterar as propriedades físicas, químicas e biológicas do solo, reduzindo a sua fertilidade e a sua capacidade de sustentar a vida vegetal e animal. Além disso, os resíduos podem infiltrar no solo e atingir as águas subterrâneas (lençóis freáticos), contaminando-as com substâncias tóxicas ou patogênicas.
- Contaminação da água: os resíduos industriais podem ser carregados pela chuva ou pelo escoamento superficial para os corpos d’água superficiais (rios, lagos, lagoas), alterando a sua qualidade física, química e biológica. Isso pode afetar a biodiversidade aquática, a disponibilidade de água potável para o consumo humano e animal, a irrigação agrícola, a pesca, o lazer, entre outros usos. Além disso, os resíduos podem causar a eutrofização das águas, que é o excesso de nutrientes (principalmente nitrogênio e fósforo) que estimula o crescimento descontrolado de algas e plantas aquáticas, reduzindo o oxigênio dissolvido na água e provocando a morte de peixes e outros organismos.
- Contaminação do ar: os resíduos industriais podem liberar gases ou partículas para a atmosfera, contribuindo para a poluição do ar e para o efeito estufa. Isso pode causar problemas respiratórios, alergias, irritações, doenças cardiovasculares, câncer, entre outros males à saúde humana e animal. Além disso, os resíduos podem afetar o clima, alterando os padrões de precipitação, temperatura, vento, umidade, entre outros fatores meteorológicos.
- Degradação da paisagem: os resíduos industriais podem comprometer a estética e a harmonia da paisagem natural ou urbana, causando impactos visuais negativos e reduzindo o valor turístico e cultural dos locais. Além disso, os resíduos podem atrair animais vetores de doenças, como ratos, moscas, baratas, mosquitos, entre outros.
Legislação Ambiental e Responsabilidade Empresarial
O tratamento dos resíduos industriais é regulado por diversas leis e normas ambientais que visam proteger o meio ambiente e a saúde pública dos impactos negativos que eles podem causar. Entre as principais legislações ambientais relacionadas aos resíduos industriais no Brasil, podemos citar:
- A Política Nacional do Meio Ambiente (Lei nº 6.938/1981), que estabelece os princípios, objetivos e instrumentos para a preservação e melhoria da qualidade ambiental no país.
- A Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei nº 12.305/2010), que define os conceitos, princípios, objetivos e diretrizes para a gestão integrada e o gerenciamento adequado dos resíduos sólidos no país.
- A Resolução CONAMA nº 313/2002, que dispõe sobre o Inventário Nacional de Resíduos Sólidos Industriais, que é um instrumento de coleta, tratamento e divulgação de informações sobre a geração, as características e a destinação dos resíduos sólidos industriais no país.
- A Resolução CONAMA nº 358/2005, que dispõe sobre o tratamento e a disposição final dos resíduos dos serviços de saúde.
- A Resolução CONAMA nº 430/2011, que dispõe sobre as condições e padrões de lançamento de efluentes líquidos gerados por atividades industriais.
- A Resolução CONAMA nº 436/2011, que dispõe sobre as atividades e empreendimentos utilizadores de recursos ambientais considerados efetiva ou potencialmente poluidores ou capazes de causar degradação ambiental.
- A Norma ABNT NBR 10004/2004, que classifica os resíduos sólidos quanto ao seu potencial poluidor em classe I (perigosos), classe II A (não inertes) e classe II B (inertes).
- A Norma ABNT NBR 10005/2004, que estabelece o método de ensaio para determinação da solubilização de resíduos sólidos.
- A Norma ABNT NBR 10006/2004, que estabelece o método de ensaio para determinação do lixiviado de resíduos sólidos.
- A Norma ABNT NBR 10007/2004, que estabelece o método de amostragem de resíduos sólidos.
As empresas que geram resíduos industriais devem cumprir com as legislações ambientais vigentes e adotar medidas preventivas e corretivas para evitar ou minimizar os impactos negativos dos seus resíduos ao meio ambiente e à saúde pública.
Além disso, as empresas devem assumir a sua responsabilidade social e ambiental perante a sociedade, adotando práticas de gestão ambiental que visem a melhoria contínua do seu desempenho ambiental e a redução dos seus custos operacionais. Algumas dessas práticas são:
- Elaborar um plano de gerenciamento de resíduos industriais, que deve conter as informações sobre a identificação, a quantificação, a classificação, o armazenamento, o transporte, o tratamento e a destinação final dos resíduos gerados pela empresa.
- Implementar um sistema de gestão ambiental, que é um conjunto de políticas, procedimentos, normas e recursos que visam garantir o cumprimento da legislação ambiental e a melhoria contínua do desempenho ambiental da empresa.
- Obter as licenças ambientais necessárias para o funcionamento da empresa e para o manejo dos resíduos industriais, que são autorizações concedidas pelos órgãos ambientais competentes que atestam a viabilidade ambiental das atividades e empreendimentos da empresa.
- Realizar o monitoramento e o controle da qualidade dos resíduos industriais gerados, armazenados, transportados, tratados e destinados pela empresa, por meio de análises físicas, químicas e biológicas periódicas que verifiquem o atendimento aos padrões estabelecidos pela legislação ambiental.
- Promover a educação ambiental dos funcionários, fornecedores, clientes e comunidade sobre a importância do tratamento adequado dos resíduos industriais e sobre as boas práticas de gestão ambiental adotadas pela empresa.
- Participar de programas e projetos de responsabilidade social e ambiental que contribuam para o desenvolvimento sustentável da região onde a empresa está inserida.
Principais Cuidados no Tratamento de Resíduos Industriais
O tratamento dos resíduos industriais consiste no conjunto de operações que visam modificar as características físicas, químicas ou biológicas dos resíduos, reduzindo ou eliminando os seus riscos ao meio ambiente e à saúde pública.
O tratamento dos resíduos industriais deve ser realizado de acordo com a sua classificação e caracterização, seguindo os princípios da hierarquia dos resíduos sólidos, que são:
- Não geração: consiste em evitar ou reduzir ao máximo a geração de resíduos na fonte, por meio de mudanças nos processos produtivos, na escolha das matérias-primas, na eficiência energética, na inovação tecnológica, entre outras medidas.
- Redução: consiste em diminuir a quantidade ou a periculosidade dos resíduos gerados, por meio de medidas como a otimização do uso dos recursos naturais, a minimização das perdas e desperdícios, a substituição de insumos por outros menos poluentes ou mais duráveis, entre outras medidas.
- Reutilização: consiste em utilizar os resíduos novamente no mesmo processo produtivo ou em outros processos produtivos sem alterar as suas características originais, por meio de medidas como a recuperação ou o reparo de peças, componentes ou equipamentos; a reutilização de embalagens; a utilização de resíduos como matéria-prima secundária; entre outras medidas.
- Reciclagem: consiste em transformar os resíduos em novos produtos ou matérias-primas por meio de processos físicos, químicos ou biológicos que alteram as suas características originais, por meio de medidas como a separação e coleta seletiva dos resíduos; o processamento mecânico ou térmico dos resíduos; a compostagem ou biodigestão dos resíduos orgânicos; entre outras medidas.
- Tratamento: consiste em aplicar técnicas específicas aos resíduos que não podem ser reutilizados ou reciclados para reduzir ou eliminar os seus riscos ao meio ambiente e à saúde pública, por meio de medidas como o tratamento físico (filtração, decantação, centrifugação, etc.); o tratamento químico (neutralização, precipitação, oxidação, etc.); o tratamento biológico (digestão anaeróbia, lagoas de estabilização, etc.); o tratamento térmico (incineração, pirólise, gaseificação, etc.); entre outras medidas.
- Disposição final: consiste em destinar os resíduos que não podem ser tratados ou que são provenientes do tratamento para locais adequados e licenciados pelos órgãos ambientais competentes, por meio de medidas como a disposição em aterros sanitários ou industriais; a co-processamento em fornos de cimento; a disposição em cavas de mineração; entre outras medidas.
Classificação e Caracterização dos Resíduos
O primeiro passo para o tratamento adequado dos resíduos industriais é a sua classificação e caracterização, que consistem em identificar e quantificar os resíduos gerados pela empresa e determinar as suas propriedades físicas, químicas e biológicas.
Essas informações são essenciais para definir o grau de periculosidade dos resíduos, os métodos de tratamento mais adequados e as formas de armazenamento, transporte e destinação final mais seguras.
A classificação dos resíduos industriais deve seguir a Norma ABNT NBR 10004/2004, que os divide em três classes:
- Classe I: resíduos perigosos, que apresentam alguma das seguintes características: inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade ou patogenicidade.
- Classe II A: resíduos não inertes, que não se enquadram na classe I nem na classe II B e que podem apresentar propriedades como biodegradabilidade, combustibilidade ou solubilidade em água.
- Classe II B: resíduos inertes, que não se enquadram na classe I nem na classe II A e que não apresentam nenhuma das características anteriores.
A caracterização dos resíduos industriais deve seguir as Normas ABNT NBR 10005/2004, 10006/2004 e 10007/2004, que estabelecem os métodos de ensaio para determinação da solubilização, do lixiviado e da amostragem dos resíduos sólidos. Esses ensaios permitem avaliar o potencial poluidor dos resíduos ao meio ambiente e à saúde pública.
Redução na Fonte e Reutilização de Recursos
A redução na fonte e a reutilização de recursos são as formas mais eficazes e econômicas de tratar os resíduos industriais, pois evitam ou diminuem a geração de resíduos na origem e permitem o aproveitamento dos recursos naturais disponíveis.
Essas práticas contribuem para a redução dos custos operacionais da empresa, para a melhoria da qualidade dos produtos e serviços oferecidos e para a preservação do meio ambiente.
Algumas medidas que podem ser adotadas pelas empresas para reduzir na fonte e reutilizar recursos são:
- Realizar um diagnóstico ambiental da empresa, identificando os pontos críticos de geração de resíduos e as oportunidades de melhoria nos processos produtivos.
- Implementar programas de qualidade total, que visam aumentar a eficiência e a produtividade da empresa por meio da eliminação das falhas, defeitos e desperdícios nos processos produtivos.
- Adotar tecnologias limpas, que visam minimizar ou eliminar o uso de substâncias tóxicas ou perigosas nos processos produtivos ou substituí-las por outras menos nocivas ou mais duráveis.
- Utilizar matérias-primas renováveis ou recicladas sempre que possível, reduzindo o consumo de recursos naturais não renováveis ou escassos.
- Otimizar o uso de energia elétrica, água e outros insumos nos processos produtivos, reduzindo as perdas e desperdícios e aumentando a eficiência energética.
- Recuperar ou reparar peças, componentes ou equipamentos que possam ser reutilizados no mesmo processo produtivo ou em outros processos produtivos sem alterar as suas características originais.
- Reutilizar embalagens ou recipientes que possam ser utilizados novamente para armazenar ou transportar produtos ou matérias-primas sem alterar as suas características originais.
- Utilizar resíduos como matéria-prima secundária em outros processos produtivos, desde que não comprometam a qualidade dos produtos ou serviços oferecidos.
Separação e Armazenamento Adequado
A separação e o armazenamento adequado dos resíduos industriais são etapas fundamentais para o tratamento adequado dos resíduos industriais, pois facilitam a identificação, a quantificação, a classificação, o transporte, o tratamento e a destinação final dos resíduos. Essas etapas contribuem para a segurança dos funcionários, dos fornecedores, dos clientes e da comunidade, para a prevenção de acidentes ambientais e para a otimização dos recursos financeiros da empresa.
Algumas medidas que podem ser adotadas pelas empresas para separar e armazenar adequadamente os resíduos industriais são:
- Realizar a coleta seletiva dos resíduos na fonte geradora, separando-os de acordo com a sua natureza (sólido, líquido ou gasoso) e a sua classe (perigoso, não inerte ou inerte).
- Utilizar recipientes adequados para cada tipo de resíduo, que sejam resistentes, impermeáveis, vedados e identificados com etiquetas ou símbolos que indiquem o conteúdo, a origem, a data de geração e o grau de periculosidade do resíduo.
- Armazenar os resíduos em locais específicos, que sejam cobertos, ventilados, iluminados, sinalizados e isolados das áreas de circulação de pessoas e veículos.
- Respeitar os limites de capacidade e tempo de armazenamento dos resíduos, evitando o acúmulo excessivo ou prolongado dos resíduos nos locais de armazenamento.
- Manter os locais de armazenamento limpos, organizados e livres de vazamentos, derramamentos ou incêndios.
- Controlar o inventário dos resíduos armazenados, registrando as entradas e saídas dos resíduos nos locais de armazenamento.
Tratamento Físico, Químico e Biológico
O tratamento físico, químico e biológico dos resíduos industriais consiste em aplicar técnicas específicas aos resíduos que não podem ser reutilizados ou reciclados para reduzir ou eliminar os seus riscos ao meio ambiente e à saúde pública. Essas técnicas modificam as características físicas, químicas ou biológicas dos resíduos, transformando-os em substâncias menos nocivas ou mais fáceis de serem tratadas ou destinadas.
Algumas técnicas que podem ser utilizadas pelas empresas para tratar fisicamente, quimicamente ou biologicamente os resíduos industriais são:
- Tratamento físico: consiste em aplicar processos físicos aos resíduos para separar ou concentrar os seus componentes. Alguns exemplos de tratamento físico são: filtração (separa os sólidos dos líquidos por meio de um filtro); decantação (separa os sólidos dos líquidos por meio da diferença de densidade); centrifugação (separa os sólidos dos líquidos por meio da força centrífuga); evaporação (separa os sólidos dos líquidos por meio do aquecimento); destilação (separa os líquidos dos líquidos por meio da diferença de ponto de ebulição); adsorção (separa os gases ou líquidos dos sólidos por meio da aderência à superfície do sólido); entre outros.
- Tratamento químico: consiste em aplicar processos químicos aos resíduos para alterar ou neutralizar os seus componentes. Alguns exemplos de tratamento químico são: neutralização (neutraliza o pH dos resíduos ácidos ou alcalinos por meio da adição de uma base ou um ácido); precipitação (precipita os componentes solúveis dos resíduos por meio da adição de um reagente); oxidação (oxida os componentes orgânicos ou inorgânicos dos resíduos por meio da adição de um agente oxidante); redução (reduz os componentes orgânicos ou inorgânicos dos resíduos por meio da adição de um agente redutor); entre outros.
- Tratamento biológico: consiste em aplicar processos biológicos aos resíduos para degradar ou estabilizar os seus componentes. Alguns exemplos de tratamento biológico são: digestão anaeróbia (degrada os componentes orgânicos dos resíduos por meio da ação de microrganismos anaeróbios, produzindo biogás e biofertilizante); lagoas de estabilização (estabiliza os componentes orgânicos dos resíduos por meio da ação de microrganismos aeróbios e anaeróbios, produzindo efluentes tratados e lodo); compostagem (degrada os componentes orgânicos dos resíduos por meio da ação de microrganismos aeróbios, produzindo composto orgânico); biodigestão (degrada os componentes orgânicos dos resíduos por meio da ação de enzimas, produzindo biogás e biofertilizante); entre outros.
Reciclagem e Destinação Correta
A reciclagem e a destinação correta dos resíduos industriais consistem em transformar os resíduos em novos produtos ou matérias-primas ou em destinar os resíduos para locais adequados e licenciados pelos órgãos ambientais competentes.
Essas práticas contribuem para a redução do volume e da periculosidade dos resíduos, para a economia de recursos naturais e energéticos, para a geração de renda e emprego e para a preservação do meio ambiente.
Algumas práticas que podem ser adotadas pelas empresas para reciclar ou destinar corretamente os resíduos industriais são:
- Reciclagem: consiste em transformar os resíduos em novos produtos ou matérias-primas por meio de processos físicos, químicos ou biológicos que alteram as suas características originais. Alguns exemplos de reciclagem são: reciclagem mecânica (transforma os resíduos plásticos em novos produtos plásticos por meio de processos como moagem, lavagem, secagem, extrusão, injeção, etc.); reciclagem térmica (transforma os resíduos plásticos em combustíveis líquidos ou gasosos por meio de processos como pirólise, gaseificação, etc.); reciclagem química (transforma os resíduos plásticos em monômeros ou oligômeros por meio de processos como hidrólise, metanólise, etc.); reciclagem metalúrgica (transforma os resíduos metálicos em novos produtos metálicos por meio de processos como fundição, laminação, forjamento, etc.); reciclagem de papel (transforma os resíduos de papel em novas folhas de papel por meio de processos como desfibramento, branqueamento, refinação, etc.); reciclagem de vidro (transforma os resíduos de vidro em novos produtos de vidro por meio de processos como trituração, fusão, moldagem, etc.); entre outros.
- Destinação final: consiste em destinar os resíduos que não podem ser reciclados ou que são provenientes do tratamento para locais adequados e licenciados pelos órgãos ambientais competentes. Alguns exemplos de destinação final são: disposição em aterros sanitários ou industriais (destina os resíduos sólidos não perigosos ou inertes para locais impermeabilizados e controlados que evitam a contaminação do solo e da água e que permitem a captação e o aproveitamento do biogás gerado pela decomposição dos resíduos); co-processamento em fornos de cimento (destina os resíduos sólidos ou líquidos perigosos ou não perigosos para fornos de cimento que utilizam os resíduos como combustível alternativo ou matéria-prima secundária, reduzindo o consumo de combustíveis fósseis e a emissão de gases de efeito estufa); disposição em cavas de mineração (destina os resíduos sólidos ou líquidos perigosos ou não perigosos para cavas de mineração que foram desativadas e que possuem condições adequadas de impermeabilização, drenagem e monitoramento); entre outros.
Tecnologias e Parcerias Especializadas
O tratamento adequado dos resíduos industriais requer o uso de tecnologias avançadas e específicas para cada tipo de resíduo, bem como o conhecimento técnico e legal sobre as normas e procedimentos ambientais.
Por isso, muitas vezes as empresas não possuem a capacidade ou a viabilidade de realizar o tratamento dos resíduos industriais internamente, necessitando recorrer a tecnologias e parcerias especializadas que possam auxiliar nesse processo.
Algumas tecnologias e parcerias especializadas que podem ser utilizadas pelas empresas para tratar os resíduos industriais são:
- Empresas de consultoria ambiental: são empresas que prestam serviços de assessoria, planejamento, diagnóstico, monitoramento, auditoria e licenciamento ambiental para as empresas que geram resíduos industriais, auxiliando na elaboração e implementação do plano de gerenciamento de resíduos industriais, na obtenção das licenças ambientais necessárias, na realização dos ensaios de classificação e caracterização dos resíduos, na escolha das melhores técnicas de tratamento e destinação final dos resíduos, entre outros serviços.
- Empresas de coleta e transporte de resíduos: são empresas que prestam serviços de coleta e transporte dos resíduos industriais gerados pelas empresas até os locais de tratamento ou destinação final, utilizando veículos adequados e seguindo as normas de segurança e qualidade exigidas pela legislação ambiental.
- Empresas de tratamento e destinação final de resíduos: são empresas que prestam serviços de tratamento e destinação final dos resíduos industriais recebidos das empresas geradoras, utilizando tecnologias específicas para cada tipo de resíduo e seguindo as normas de segurança e qualidade exigidas pela legislação ambiental.
- Empresas de reciclagem: são empresas que prestam serviços de reciclagem dos resíduos industriais recebidos das empresas geradoras, transformando-os em novos produtos ou matérias-primas por meio de processos físicos, químicos ou biológicos que alteram as suas características originais.
- Instituições de pesquisa e desenvolvimento: são instituições que realizam pesquisas e desenvolvem novas tecnologias para o tratamento dos resíduos industriais, buscando soluções inovadoras, eficientes e sustentáveis para os problemas ambientais relacionados aos resíduos industriais.
Benefícios do Tratamento Adequado de Resíduos Industriais
O tratamento adequado dos resíduos industriais traz diversos benefícios para as empresas e para a sociedade, tais como:
- Benefícios ambientais: o tratamento adequado dos resíduos industriais contribui para a preservação do meio ambiente, evitando ou minimizando os impactos negativos que os resíduos podem causar ao solo, à água, ao ar, à biodiversidade, ao clima, à paisagem, entre outros aspectos ambientais. Além disso, o tratamento adequado dos resíduos industriais contribui para a economia circular, que é um modelo econômico baseado na redução, reutilização, reciclagem e recuperação dos recursos naturais, promovendo a sustentabilidade ambiental.
- Benefícios econômicos: o tratamento adequado dos resíduos industriais contribui para a redução dos custos operacionais das empresas, pois evita multas, sanções ou indenizações decorrentes do descumprimento da legislação ambiental, reduz o consumo de recursos naturais e energéticos, aumenta a eficiência e a produtividade dos processos produtivos, gera receita com a venda ou a troca de resíduos recicláveis ou reaproveitáveis, entre outros benefícios econômicos. Além disso, o tratamento adequado dos resíduos industriais contribui para a geração de renda e emprego, pois cria novas oportunidades de negócio e de trabalho para as empresas e os profissionais especializados no tratamento dos resíduos industriais.
- Benefícios sociais: o tratamento adequado dos resíduos industriais contribui para a melhoria da qualidade de vida da população, pois evita ou minimiza os riscos à saúde pública que os resíduos podem causar, como doenças respiratórias, alergias, irritações, doenças cardiovasculares, câncer, entre outras doenças. Além disso, o tratamento adequado dos resíduos industriais contribui para a educação ambiental da sociedade, pois conscientiza as pessoas sobre a importância do tratamento adequado dos resíduos industriais e sobre as boas práticas de gestão ambiental.
Conclusão: Responsabilidade Ambiental na Gestão de Resíduos Industriais
Os resíduos industriais são aqueles gerados pelas atividades produtivas de diversos setores da economia e podem ser sólidos, líquidos ou gasosos e apresentar diferentes graus de periculosidade. O tratamento adequado dos resíduos industriais é fundamental para evitar ou minimizar os impactos negativos que eles podem causar ao meio ambiente e à saúde pública, além de atender às exigências legais e às responsabilidades sociais e ambientais das empresas.
O tratamento adequado dos resíduos industriais envolve diversas etapas, como a classificação e caracterização dos resíduos, a redução na fonte e reutilização de recursos, a separação e armazenamento adequado, o tratamento físico, químico e biológico, a reciclagem e destinação correta.
Essas etapas requerem o uso de tecnologias avançadas e específicas para cada tipo de resíduo, bem como o conhecimento técnico e legal sobre as normas e procedimentos ambientais.
Por isso, muitas vezes as empresas não possuem a capacidade ou a viabilidade de realizar o tratamento dos resíduos industriais internamente, necessitando recorrer a tecnologias e parcerias especializadas que possam auxiliar nesse processo.
O tratamento adequado dos resíduos industriais traz diversos benefícios para as empresas e para a sociedade, como benefícios ambientais, econômicos e sociais. Esses benefícios contribuem para o desenvolvimento sustentável da região onde a empresa está inserida e para a melhoria da qualidade de vida da população.